segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Carnes amargas
Mãos com palmas e afagos
Amputados
Carnes amargas
Que amarga os poemas
E mesmo pêssegos em calda
E eu distraído
Com o porquê que a língua não sente o gosto da língua?
E o ouvido não escuta o ouvido?
Não ouvi o mar rosnar, o vento uivar
E agora só me resta
Este léxico de náufrago
E beber num só gole um copo de guimbas
E gemer
Ai ,antítese anda tão parecida com a tese
E gemer
Ao ver no seu prato principal
Galetos com minhas asas
Tudo, tudo
Deixaram meus braços pensos
E os braços de minha alma mutilados
Como uma estátua grega
E gritei
Uma canção de protesto
Tentou calar-me com uma espingarda
Em minha boca
Mas com alguns furos
Fiz dela minha flauta
E o amor?
E a suavidade?
Está no interior da serpente.
Ilustração e poema
de solivan
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Imaginei um quadro de Dali lendo esse poema. E a maneira como você se dilui na atmosfera do poema parece um processo de osmose. " E agora só me resta este léxico de náufrago" (triste) e em todo esse léxico eu senti muita tristeza: "Ao ver no seu prato principal
ResponderExcluirGaletos com minhas asas".
As vezes é melhor naufragarmos em nós mesmos para encontrar o porto seguro que é o óbvio.
Embora triste, mas amei o poema.
um abraço
Marisete
Solivan...ainda continua com problemas no hotmail?
ResponderExcluirpoetas
ResponderExcluirficam doendo tanto assim...
eu doo junto
oi mari,o hotmail esta bem,mas nunca se sabe.
ResponderExcluirobrigado pelo comentario.
um abraço
Gostei muito viu Solivan, muito mesmo!
ResponderExcluirVc sempre me emociona com seus versos.
beijo
Neuzza dói, mas ainda bem que temos poemas.
ResponderExcluirBeatriz, delicada Beatriz,sua visita me faz bem.
ResponderExcluirVi o mar rosnando, Solivan
ResponderExcluirFui até Natal-rn e lá estava.
Mas também me vi um pouco mais:
tem uma estátua grega que me acompanha.
também vi o mar neuzza
ResponderExcluire colhi conchas.
minha irmã Leidi colheu algumas conchas
ResponderExcluiraguardo noticias, poeta