III. Kandinsky
Composição VIII (1923)
1.38 x 2.00 m - Museu Solomom R. Guggenheim - Nova Iorque
Líquidos ou concretos,
círculos, triângulos, eclipses, riscos, quadrados
em orbital malabarismo.
Triangulação é perpassada por
semicírculos,
retas pretas, quentes
e paralelas.
Compasso com um odor verde e lanças.
No musgo útero escaleno
ovula,
círculo calcário de âmago negro
anelado
com frias-quentes texturas.
Nele
entram tríade de cunhas por fusão.
Linha longa e delgadas estacas
transformam-se em quadriculados
ásperos, lisos, pontilhados, riscados
que são diluídos
em pauta de retangulares semibreves esparsas.
Trígono prende entre hastes, neblina celeste
na sua frente.
Risco em cínica torção.
Retidão é enleada pelo sinuoso.
Xadrez distorcido, coda de angustiosa metamorfose.
Globo em preto-cego emana evaporação sangüínea.
E o sol tem felpudo halo frio.
Cubo equilibra no seu gume
esfera, triângulo
e pertiga, na qual
semicírculos
caem em surpreendente
disposição
de móbiles.
De Solivan
que a neblina celeste esteja sempre com você, poeta. Que o útero escaleno das cores e sons
ResponderExcluiresteja sempre repleto num parir sem fim
Que a vida semibreve te acolha no seu âmago negro e aveludado, a cada ano, a cada século
com meu afeto e admiração
sempre