Não perdôo, não perdôo os soldados franceses
que colocaram suas línguas ferinas
nos canhões
e destruíram
a estátua eqüestre de Leonardo.
Argila mais bela desde Adão.
Destruíram
a escultura
que era das coisas mortas, a mais viva.
Porque não recolheram os fragmentos amorosamente
ate a invenção do superbonder?
Os críticos que jogam ausências são filhos e netos destes soldados.
Não perdôo os fascistas, não perdôo
com fuzis atiram dentes de leopardo em Lorca
e a multidão de poemas ainda em casulos
dentro dele
agora são mortalhas.
Matar um poeta é queimar livros antes da publicação.
Não perdôo, não perdôo o vândalo
que destroçou o rosto de Pasolini como um vaso vermelho.
Dentro deste canopo tinha tantos filmes e poemas viscerais
que foram quebrados antes da descoberta.
Não perdôo Maiakovski, não perdôo,
teu sangue tem cheiro de poemas mortos.
Você também assassinou um poeta
com seu suicídio.
De Solivan
Meu amigo Solivan, mais um belíssimo texto!
ResponderExcluir"Você também assassinou um poeta com seu suicídio."
Pactuo da mesma idéia, digo que um suicida é também um aproveitador da situação, da sua proximidade com a vítima, da confiança que a vítima tem dele... enfim, um suicida é um traidor de si mesmo.
Carlos sua rara visita é sempre um brinde.
ResponderExcluirum abraço de seu amigo
Oi Solivan. Teu novo blog está bem leve. Gostei muit.
ResponderExcluirComo eu já disse, reafirmo: Esse poema é maravilhoso. Me permite publicá-lo em meu blog?
Claro Marilda,o poema é seu.
ResponderExcluirE o seu blog, posso incluí-lo na minha lista de blogs?
Seja bem vinda ao Pergaminhos.
Solivan