Van Gogh
vivo,
já dava sinais do que veria a ser,
andava pelas ruas de Arles
manchado de tinta, doentias manchas de tinta
na pele.
Tinta nas mãos, roupa,
tinta no rosto.
Respirava ar pintado com odor de tinta.
O absinto verde espalhado pelo corpo.
Quando morreu,
a transubstanciação se concretizou
não há mais carne.
Ninguém mais lembra dele
como homem,
mas como um auto-retrato
de orelha cortada.
Van Gogh
o homem que se transformou em pintura.
De Solivan
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