Trecho de uma peça teatral
CRUZ
-Ainda achamos pedacinhos de alegria.
No dia áspero, na noite molhada e fria colhemos fragmentos
um sorriso no chão,um cheiro que faz lembrar pão.
GRÃO
- Mas estão tornando-se raros, temo a insensibilidade.
CRUZ
-Estamos presos.
GRÃO
-Estou me acostumado com a angústia
é tão perene que de tanto conviver
já não me incomodar tanto.
CRUZ(a voz que começa normal,
vai se tornando baixa e termina
em resmungos incompreensíveis)
-Estamos presos nesta enorme liberdade
muito maior que nós,
aqui pássaros não morrem contra o vidro
morrem de cansaço,
estamos presos na liberdade
Presos.presos,presos
presos na liberdade,
presos na liberdade.
De Solivan
Liberdade, liberdade...algumas pessoas sentem tão intensamente essa experiência, que no fim não se dão conta que estão presos...
ResponderExcluirPois é poeta, apareci para ler algo novo.
Oi Marisete, que bom que apareceu,
ResponderExcluirvenha sempre que quiser.
Solivan
cheiro de pão...adoro cheiro de pão, Solivan.
ResponderExcluirA lanterna chinesa que vc acendeu no meu Spirituals é perene.
Pelo menos a gente tem a liberdade de ser como é, de escrever nossos versos a despeito dos sons incompreensíveis deste mundo incompreensível.]bj, poeta!
As vezes Neuzza acho que temos a liberdade de quem esta perdido do deserto
ResponderExcluirde ir e vir na arides.Mas ainda temos olor de pão para nos dar prazer.