Vai pela estrada, Rimbaud
no peito o ouro sem metáfora
bebe a si próprio no suor que cai dos seus lábios
e a fome come-lhe o corpo.
O calor faz a alma presa no corpo agitar-se feito um feto inquieto e febril
logo vai despetalar a roxa perna.
No quarto
de odor enfermo como hálito de um celibatário
com a angústia de um pássaro sem asas,
seu coração já coto debate-se ante o céu azul visto da janela.
Poema e ilustração de solivan
Mais um belo poema que publicas, acompanhado de uma ilustração igualmente bela.
ResponderExcluirObrigada, mais uma vez, pela visita ao onzepalavras, e por ouvir.
Abraços, Ana
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirUm brinde aos malditos! Um brinde a você e ao seu olhar nubígavo. Belas nuvens coloridas. A saga de quem entrega-se ao poema, à vida, aos amores. Suas palavras traduzem a angústia, árdua tarefa, do artista! Um beijo, querido! Rita
ResponderExcluirAna é um prazer ler o que você escreve e fala.
ResponderExcluirUm brinde Rita,mas eu quero celebrar suas constantes visitas,suas delicadas visitas.
ResponderExcluiroutro beijo
Abracei-me ao poema como se abraça a um velho amigo de rudeza delicada...
ResponderExcluirOi Mari, poemas são mesmo assim braços,asas, mesmo para um pássaro sem asas,
ResponderExcluire seu coração coto que debate-se ante o céu azul.
doeu em mim imaginar Rimbaud morrendo enquanto olhava o céu
ResponderExcluir