quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Um lamento por Federico

Como lamento
tua morte Lorca,
como me dói,
como sinto até hoje,
já passado tantos milênios.

Atiraram em tua cabeça!
Atiraram em sua cabeça!
Que era tão suave,
um ovo de colibri
tão cheio de poemas.

Em mim tua morte não desbota,
é dor recente.
Mas não aconteceu esta manhã,
em mim é sempre,sempre
um dia após o teu funeral,
é sempre, sempre
a hora da solidão
em que vimos tua caneta caída.

Tua morte em mim aconteceu ontem
a las cinco de La tarde.

De Solivan

6 comentários:

  1. Seus pergaminhos, nada empoeirados, estão cada dia melhores!

    Beatriz

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  2. Às cinco em ponto da tarde
    o pranto por Sánchez Mejías
    todo um lirismo que arde
    numa voz de Andaluzia.

    Em agosto de trinta e seis
    cai o seu corpo em Granada
    em dezenove do mês
    jogam-no em Serra Nevada.

    Teu sangue na poesia
    na memória e na saudade
    te mataram aquele dia
    mas vives na eternidade.

    Manoel de Andrade

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  3. Não estão empoeirados
    pelo sopro suave de tua visita,Beatriz.

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  4. os colibris estão desaparecendo, Solivan.
    Mas a gente resiste. Lembrar Lorca dói sempre
    sempre
    E que bom encontrar, ainda, versos de Manoel, Manoel, Manoel...
    la vida es eterna en cinco minutos

    neuzza admirada

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  5. Neuza, que saudades de suas palavras
    minha orações foram ouvidas,você ressurgiu.

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  6. Manoel,sua visita sempre me deixa orgulhoso,
    e é bom saber que ambos gostamos
    do mesno poeta.
    Lorca era mesmo um poeta enorme.

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