segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Poema feito com sobras de outros poemas.






Não gosto de decorar poemas,
prefiro falar poemas com um livro na mão
o livro é meu instrumento musical.

É uma insensatez
seu bom senso.

Vinho
feito com uvas do Edém.

Assepsia me causa
intoxicação alimentar


Retorna a Ithaca NY
Enfrentado uma jornada
de ventos e perigos
a frágil
a borboleta monarca.


São Paulo quase não tem estrelas.
Eu e as estrelas preferimos
as cidades pequenas.

Que seja lei,
as estatuas
de Manuel de Barros
devem ser sempre de argila.

Mesmo no inverno
o mar tem cheiro de verão.

Sou o mesmo incoerente de sempre.

Cortem todas as arvores,
mas por favor deixem as sombras.

A morosidade
é inimiga da perfeição.

Havia uma pedra
no caminho de Davi.
Havia uma pedra,
felizmente havia uma pedra.



O sol faz
malabarismos com os planetas.

Extrai mel do sal.

Sobre a indignação,
notei que
soco na mesa
é sempre na silaba tônica.

Um tiro
e o poeta
sangrou uma bandeira soviética.

Anjo marinho
com as barbatanas amputadas.

Fico aqui
lapidando vidro.

Tudo é melhor quando feito com carinho
ate mesmo sadomasoquismo.

A chuva
cai como crinas,
nuvens galopando.

Todo o grande romancista é poeta.
Todo e grande dramaturgo é poeta.
Todo o grande poeta é poeta.

Pintar uma marinha me lembrou
quando acariciei seus cabelos.


É bom o pesado livro de Bolanõs,
e me deixou com o ante-braço mais forte.

Ó Virgem Maria
cresce no teu ventre
a perola
que falará de paz.


Amor quebrado em mil pedaços,
porem ela sabe montar quebra-cabeças.

O profeta
recorda o futuro.

Vida é um cavalo dócil
que enlouquece
ao sentir o cheiro da velhice
sobre suas ancas.

Faço meu chá com águas do abismo.

Platéia de carrancas
do São Francisco para sua comedia.

Sal que adoça meu dia.

Gargalhar tem um som
parecido com o de soltar pombos.

Beethoven,
A sinfonia é tua alma
que se desprendeu do corpo.

Vou esculpir uma Vênus renascentista
usando como pedra o urinol de Duchanp.

Hexágono amoroso

Mesmo
Que me cortem a asa direita,
Reaprendo
e alço um vôo torto,
só com a asa esquerda.

O mais importante em um poema são as perguntas,
mesmo que o poema não tenha perguntas.

6 comentários:

  1. Sempre vale muito a pena vir aqui. É uma delícia ler vc Solivan.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Oi Beatriz,que saudades do tempo que vinha sempre ,era bom,era sempre um sorriso novo no meu rosto.

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  4. Mari,teve ter sobrado poucos restos no seu cordão de confissões,que a gente lê ate lamber os dedos.

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  5. bom meuzza ser ouvido pelos seus olhos.

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