terça-feira, 3 de abril de 2012

A reecarnação de Lorca-Poema 2

Ultima milonga para Paloma

Me vou,
Muda seu sobrenome
Paloma,
Que me vou,
Seva teu mate com outro.
Vou Paloma, que só os egoístas perdoam
Só os egoístas
Querem o manacá que não é mais dele.

Vou com três adagas no peito,
mas vou,
Buemo,melhor assim,
Pelas chagas te tiro,
Como fiz com uma bala chimanga
Que a revolução deixou em minha carne.
Conheço das feridas Paloma, já tive muitas,
As feridas gritam pela parte do corpo não existe mais,
Gritam pela parte que foi retirada pela faca.
E em ferida de amor,
Um gole de canha arde, mas ajuda a melhorar.

Tentei mudar o que eram rosas,
Mas as rosas não mudam nunca, Palomita.
Mas eu posso mudar
E ordenar minha boca
A sentir amargo tudo que antes era mel.
Me calo, vou cuspir minha língua,
Que o corpo apenas engole, mas a alma rumina
E só uma boca calada escuta a alma.
Alem do mas, tudo que tenho a dizer é o rude relho de um fim,
suavidades são cosas de um começo.
Não me olhes assim
Com estes olhos cor de folha de macieira
Que me vou galopar e o meio do mundo fica distante.
Vou só ate o meio Paloma,
Porque num passito alem do meio, já é retorno
E já chega de retornos
E já chega de palavras,
Que isto não é uma payada
Mas uma despedida.
Me vou,adeus Paloma.


Missões 1968




De Solivan

6 comentários:

  1. Paloma deve ter morrido um pouco mais, o adeus é uma grande dor, um sentimento de desterro, de perda, de solidao... e por outro, lado renunciar um amor é um ato de grande coragem.

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  2. Beatriz coragem tem quem fica ou vai,covarde quem aguenta.

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  3. Mas barbaridade,estas virando galdério tchê...kkk vc é surpreendentemente interessante...muito bom!!!

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  4. pois é tchê,vou fazendo o que me dá na telha lali.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. volte sempre,minha casa não tem tramela mari.

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