sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O cubo(Fragmento)

(..)Passei a ser cínico e amargo, escarnecia a humanidade, aliás, nem somos humanos ainda, somos híbridos de instintos siamescos apenas atenuados, semi-selvagens, uma raça na puberdade, cheia de ereções, que precisa conquistar, derrotar, de júbilo não de paz, encha de paz e segurança a humanidade e os índices de suicídios aumentam. Como híbridos não temos a verdadeira liberdade do selvagem, que está na luta franca dos animais pelo poder, uma luta que longe de ser apenas a lei do mais forte, e também da velocidade, agilidade, fugas, de camuflagem e venenos, uma luta sofisticada como conspirações palacianas, uma liberdade bem mais elaborada e real, que não é tolhida por leis, dúbias, cheias de interpretações, um engodo que aprisiona lobos para que os leões possam engordar seus cordeiros. Se o natural é perfeito e busca seu equilíbrio, o que é tocado pelo monstro híbrido chamado homo sapiens, torna-se grosseiro, a árvore é perfeita, mas sua lenha tem algo de tosco, porque tocada por semi-selvagens, deixamos tudo que tocamos rude, inacabado, nada é conclusivo, sejam, leis, sistema político, filosofia, tecnologia, em tudo temos que evoluir, e se temos que evoluir, substituir, é porque não chegamos ao perfeito, talvez quando alcançar a condição de homens voltaremos ao perfeito, mas enquanto híbrido, não confio neste símiomem, em sua evolução convulsa, que cria sistemas achando culpados superficiais, sem levar em conta seu verdadeiro inimigo, os instintos, a vontade que temos de nos sobressair, a sede de poder, quando o socialismo acabou com o poder econômico, este foi rapidamente preenchido pelo ainda mais truculento poder político, os instintos infelizmente sempre acham seu lugar(...)

De Solivan

3 comentários:

  1. a gente clama no deserto, Solivan.
    Ontem, fazendo compra num pequeno supermercado,
    quando me virei pra pegar um pacote de café
    (já finalizando a compra) o carrinho sumiu.
    Enquanto eu procurava, percebi olhares cruéis dos ajudantes dali: eles haviam esvaziado e escondido o carrinho de compras; e observavam a minha reação...Daí comecei tudo de novo...e fiquei em silêncio.

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  2. É amigo, as vezes penso que o ser humano é uma experiencia que não deu certo, mas talvez só precisamos de tempo para evoluir!
    Vc sintetizou brilhantemente aquilo que é real. Parabéns, poeta pensador Solivan

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  3. Oi Eliane,obrigado pela sua tão rara visita,
    Esperamos que a terra tenha paciência.

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