quinta-feira, 1 de abril de 2010

Na rua d’ouro durante uma chuva

Chovia e ventava
o casacão preto dava um ar sorumbático
a Fernando Pessoa.
O vento pareceu levar
seu chapéu
mas era sua alma,
que se desprendera do corpo
e brincava na chuva
de chapéu
rodopiava nua, invisível
com saltos de ginasta.
O corpo
de casacão preto a seguia
com passos envergonhados
como um pai atrás de seu filho levado.

De Solivan

2 comentários:

  1. Solivan
    só assim eu me vejo mais próxima, e sinto a alma maior

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  2. Somos rudes com nossa alma,Neuzza,nossa alma nos pede para brincar, nos é que não deixamos como pais rudes.

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