segunda-feira, 21 de junho de 2010

Dandi Vampire

A Baudelaire


Prefiro o gosto tão delicado do amor,
O doce carmim feminino ao velho e azedo.
É rançoso, amargo o sangue de pecador,
Avinagrado e rústico o sabor do medo.

Aguardo a ninfa mulher surgir da criança
E com ouro, tempo e charmosa adulação
Rubro néctar é preparado e descansa
No coração cheio, impregnado de paixão.

Identifico-me com brônzeos colibris,
Bebo alvas nucas e pulsos perfumados,
Destes seres faço meu brasão e Ex libris.
Tenho asco dos doentios notívagos alados.

Com beijo suave,o carmim vivo é degustado,
Sinto o melodioso coração adormecer
E sobre meu ombro cai o rosto reclinado.
É sempre alma, não o sangue saboreado.

Então no colo, levo as para jardins,
Lagos ou brancos e esvoaçantes dóceis.
São pálidas, combinam com rosas carmins.
Como que pousando as deixo em vergeis.

De Solivan

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