segunda-feira, 16 de maio de 2011

Confissões de meus laivos infantis




Experimento
as possibilidades sonoras
das grades,
seus arpejos combinam com os latidos dos cães.
E batuco em garrafas de uísque
quando novas,
Acho
seu som é belo aquático, futurista.
Também ando com a garrafa no ouvido.
Tem um gorgolejo bonito,
metálico.

E ainda sobre garrafas de destilados,
procuro mas vazias
as pequenas esferas de vidro ou de plástico
que ficam no gargalo.
Coleciono, as retiro como se estivesse revirando uma ostra,
Sinto-me coletando perolas.

Também conheço
o interior do mar pelas peixarias.
(Ando estranhamente em uma peixaria,
passeio como em um museu marinho,
como se os balcões fosse redomas )
E se compro peixes sujos limpo demoradamente,
os disseco com uma faca de mesa
como faço com as frutas.
opero peras e maças,tiro as ovas do mamão,
gosto examinar o interior
o mesocarpo, a semente.

Experimento todas as frutas desconhecidas que encontro,
Cuspo as amargas,
frutas são como pessoas.

E sempre, sempre faço incansáveis procuras antropológicas
nas casa que visito ,nas cidades,
pelos cardápios
e gôndolas de supermercado.

Poema e ilustração
Solivan

6 comentários:

  1. Meu querido! Adorei a fotografia porque ela é forte, intensa e poética, parabéns! O texto traz as garrafas que eu adoro e esses vagares de moço disposto à apreciação. Voltarei para ler melhor e depois digo um pouco mais. beijos!

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  2. vou esperar sua volta então, se uma visitinha sua já e bom imagina duas.

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  3. Doido! Gostei das analogias!

    Pode colocar link, se quiser.

    Tenha um lindo fim de semana!

    Beijo!

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  4. Lou,e bom fazer um link, assim vou saber de seus poemas novos com mais facilidade.

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  5. Solivan

    esse poema é vc em essência, mergulhando sem trégua nas coisas.
    Tô lendo um livro(poesia) que tem peixes na capa, dispostos de maneira louquíssima.
    É do Ricardo Pedrosa Alves, da coletanea da Medusa. Bom. Bj, poeta!

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  6. E Neuzza,a
    Medusa sempre tem sempre um cuidado com o visual dos livros.

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