segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Mimetização




Chore apenas sob a chuva
ou dessalinize sua lagrima
e a esconda em sua piscina.
( Se a esconder no mar é desnecessária a dessanilização)
Só abra os olhos no escuro
ou pelo menos apague a luz para ler.
Goze para um banco de esperma
e leve a lanterna e o isqueiro
quando viajar ao centro do sol.
Escute Bach quando o aparelho de som estiver estragado.
Fale somente após colocar a mordaça
e diga sempre:“ Não pertenço a um cardume”
já que todos do cardume tem este mesmo lema.
Mas não se esqueça de desconsiderar
o surdo que fez a nona sinfonia.

Poema e fotografia de Solivan

2 comentários:

  1. Poeta, sem rasgar a seda:
    Sua poesia me faz um bem sem precedentes -
    Sempre:"não pertenço a um cardume"
    belo, Solivan,
    não poderia ter ido me deitar sem essa constatação...
    não poderia cerrar os olhos sem o aconchego de tal certeza...

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  2. seu elogio mantem a seda intacta Leandro,obrigado pela sua visita.

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