quarta-feira, 2 de maio de 2012

Crucificação de Vilela

Ano 33, dia 2

Crucificaram Vilela.
Crucificaram o poeta cínico
pobre e esnobe
de sorriso lascivo e abusado.
Crucificaram o poeta
pregaram-no em uma cruz
feita de garfo e faca.
Crucificaram o poeta
cheio de escárnio
e devassidão.
O poeta crucificado
pede frugalmente água
dão-lhe fel
suga o fel oferecido.
O derradeiro não
corta seu estômago
sangra uma mistura de
feijão, arroz e comprimidos para dormir.
Vilela inocentemente
nos dá ainda
a beleza de seu último milagre
faz sua coroa de espinhos
de roseiras florescer rosas vermelhas
e fala suas últimas e introspectivas
palavras
- Perdoa-me PAI,
mas eles sabem o que fazem.

Ano 33, dia 5

Vilela é editado no terceiro dia.


De Solivan

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