terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Estante

Colo dos poetas,
cavalo de cedro que leva lápides
teu cavalgar é no tempo, não no espaço.
Minha alquimia,
escolho uma poção na estante e bebo com os olhos
até ficar sábio.
Como seios de Artemis em Éfeso,
embala
edições reencarnadas
de significados poliglotas.
Livros com pinturas fotogênicas,
de estátuas esmagadas
como rosas dentro de um diário.
Meu templo
com um marcador de páginas,
esta faca de ritual
abro talismãs,
búzios de couchê
e leio vísceras.
Como num ritual crematório
espalho-me sobre este oráculo
porquê o pó
sobre suas prateleiras
é feito de minha pele.

Uma carranca protege sua proa.

De Solivan

Um comentário:

  1. Não sei porque, mas presto muito atenção nos finais dos poemas. Talvez seja algo meio acadêmico, mas se o final não está legal o poema perde seu brilho. Achei fantástico como finalizou este poema.

    beatriz

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