segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Luwak cocaine

Poema para Mário Bortolotto


Engulo coca, foda-se a condicional.
Com tacadas mato a caixa de correio,
hipotecas no chão, vendo a televisão
e viajo ouvindo os gritos do rock roll.

Jogo latas de cerveja no asfalto.
Atiro em placas, baleio um outdoor,
atropelo cães, fecho e ultrapasso.
Meu carro cheira a baralho velho.

Dou carona para uma puta estradeira.
Num motel de piscina suja e vazia
e o luminoso com uma letra queimada,
bebo, fodo e vejo desenhos animados.

Não olho a porra do Gran Canyon.
Quero gasolina, num velho posto,
bebo tequila, encaro a garçonete,
jogo pinball, roubo um ray bam.

Esmagando o acelerador cruzo desertos,
cidades empoeiradas,cemitérios de aviões.
Em Las Vegas vendo ovos e sou rei.
Livre, a falta de esperança liberta.



De Solivan

3 comentários:

  1. Solivan, vc fez uma bela homenagem a um grande e irreverente artista. Que ele volte logo para os palcos !!

    Beatriz

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  2. vim ver o poema-porrada. Na lata, Solivan!
    um beijo, poeta!
    O Urso é forte. Vai sobreviver...

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  3. roubou um ray-ban....uauuuuu....espero que tenha mais sorte do que eu...
    os meus óculos não conseguem mais me proteger.


    Beijo!

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