terça-feira, 22 de maio de 2012
O monomotor
O monomotor
Juntei-me
aos meninos
que corriam
atrás de um avião.
Atiravam nele com o indicador,
davam adeus,
apontavam
e torciam
para ele cair.
Um Atlas levava uma bola
de plástico.
Os de chinelos de dedo
iam à frente,
os de pé no chão
saltitavam logo atrás
nos pedregulhos.
Um último menininho
chorava e pedia para esperar.
Lembro que tinha uma pérola de ranho
no nariz.
E vimos o avião sumir.
Quase todos faziam
da mão uma aba,
quase todos pareciam
em posição de sentido
calados.
Todos admiravam aquele brilho distante
parecido ao encontrado num caco de vidro.
O menininho ainda chorava.
Voltamos
as bocas imitavam barulho de motores
e os braços asas.
Eu erguia meu braço o mais alto possível,
segurava uma cruz improvisada.
Estilização rude, só o esqueleto
porque o corpo que dava perfeição
ao aviãozinho de gravetos era de imaginação.
De Solivan
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluire eu corria atrás dos aviões Mari,ate hoje acho belo e os sigo com o olhar.
ResponderExcluir(bruno) cade as fotos da marylin moroen morta ?
ResponderExcluirestão por ai Bruno,em algumas postagens antigas.
ResponderExcluir(Bruno) Mas se for uma q tem varias se n me engano 16 fotos juntas, aquela n eh ela. N existe nenhum traço da feição da marylin naquela mulher, mesmo sabendo q depois da morte há mudança devido a decomposição. Bom blog
ResponderExcluirmas é ela mesmo,na autopsia,em contraposição com a bela tão retratada na pop art
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