sábado, 24 de julho de 2010

Poema ao rio Iguaçu

Rio represado
domado
pela inflexível
posição marcial do concreto.
Rio com hora marcada,
espera contido,
espera angustiado
a hora de fluir feliz
por entre
estas vaginas metálicas.
Meu rio
de margens indefinidas,
e às vezes litigiosas.
Iguaçu de pouco peixe
que lança lambaris aos pescadores
como quem joga moedas
ao mendigo da praça.
Rio importunado
por projetos,
urbanizado
pela pouca poesia
das casas de veraneio.
Enquanto pesco
à sombra de um
out door da
Severo Materiais de Construção,
penso
que teu caule passa aqui,
mas tua rosa flor branca
abre-se em Foz do Iguaçu
e lembro do dia
que levou vilas e pontes
inclusive a zona do Chopim-Dois.
Foi-se o sofá das putas
deslizando rio abaixo.
Adeus sofá das putas
sentirei saudades.

De Solivan

Nenhum comentário:

Postar um comentário