sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O dia em que meu corpo

Tento
desfazer na gravata
o nó que está no peito.
Abro a janela
e meu olhar voa como um pássaro no céu azul
[com nuvens brancas.
Lembro
por associação
(lembrar é uma associação),
o dia que caminhei
mastigando folhas de laranjeira
e olhei os pássaros no céu azul
[com nuvens brancas.
Veio-me
um poema verde
com gosto de folha de laranjeira,
um poema
no qual ando descalço
(e então tiro os sapatos embaixo da escrivaninha).


De Solivan

2 comentários:

  1. este, é um dos meus poemas(do seu livro)
    preferidos...como se há séculos já não houvessem mais nuvens nem céu nem folha de laranjeira...

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  2. Neuzza,este é um daqueles poemas
    que ficam escondidos nos livros,mas que tenho carinho por ele.

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